As Abelhas, as Espécies Exóticas e a Loque Americana

As abelhas são fundamentais para a polinização das plantas devido ao seu comportamento especializado. Enquanto buscam néctar nas flores, as abelhas transferem o pólen de uma flor para outra, permitindo a fertilização e a produção de sementes. Esse processo de polinização é essencial para a reprodução das plantas, a formação de frutos e a diversidade genética das espécies.

As angiospermas são especializadas em apenas um grupo de polinizadores e utilizam diferentes estratégias para atrair esses, tais como cores, formas, odores, horário de abertura das cores, entre outras

Estima-se que 85% das plantas com flores das matas e florestas, e 75% das culturas agrícolas dependem, em alguma medida, da polinização por abelhas. Isso inclui culturas como maçãs, morangos, melões, amêndoas, entre outras. A presença de abelhas aumenta a produtividade das culturas, resultando em colheitas mais abundantes e de melhor qualidade.

Ao garantir a reprodução das plantas, as abelhas contribuem para a preservação dos habitats naturais e a sobrevivência de outras espécies que dependem dessas plantas.

Acredita-se que há uma combinação de diversos fatores que acabam por stressar e debilitar as abelhas, sendo a causa do declínio populacional das abelhas, entre eles desmatamentos, monoculturas, variações climáticas, agentes patogênicos (vírus, bactérias, ácaros) e uso de pesticidas, deixando-as sem defesa.

Incentivar a prática da apicultura sustentável, conscientizar sobre a importância das abelhas e criar espaços amigáveis para esses polinizadores em áreas urbanas são medidas importantes para sua proteção. Outras alternativas para reduzir os impactos desses sobre as abelhas, como por exemplo utilizar com cuidado certas substâncias durante o período da floração, conservar o habitat, mantendo certa área intacta de mata nativa circundando as áreas cultivadas para preservar a agrobiodiversidade, mantendo a ligação entre a natureza e a agricultura. AS ABELHAS AGEM COMO BIOINDICADORES AMBIENTAIS

As maneiras pelas quais as espécies exóticas chegam e se instalam em novos locais podem ser diversas. Podendo ser resultado da dispersão acidental ou intencional através de atividades humanas. Habitats alterados pela ação humana e de climas quentes são mais propensos à instalação dessas espécies do que habitats conservados.

A invasão por espécies exóticas é considerada a segunda principal causa da perda de biodiversidade em todo o mundo.

A melhor maneira de prevenção é impedir a introdução da espécie bem como a educação sobre os efeitos potencialmente nocivos A melhor forma é agir preventivamente através da sensibilização do público, evitando a comercialização das invasoras e a introdução na natureza de todas as exóticas. Uma vez introduzida uma espécie exótica, é importante ponderar prontamente a necessidade do seu controlo antes que surjam os primeiros impactos.

As espécies exóticas não aumentam a biodiversidade. A biodiversidade não é apenas um somatório de espécies. Engloba também a sua diversidade genética e as funções que as espécies desempenham. A importância dessas funções para o equilíbrio do meio ambiente será superior se forem desempenhadas por espécies que evoluíram naturalmente no local durante (muitas) gerações.

Um dos desafios atuais da humanidade consiste no controlo sustentável de espécies com comportamento invasor e assim proteger a biodiversidade

Diversas são as doenças que afetam as colônias mundo fora, tanto as crias quanto as abelhas adultas. Elas são causadas por vírus, microrganismos (bactérias, fungos e protozoários) e animais, como ácaro e besouro. Sem controle das doenças, as colmeias podem sofrer perdas enormes de população e, casos graves de infestação podem dizimá-las.

A vespa-asiática é uma espécie invasora que compromete a atividade apícola, dificulta dinâmicas de cadeias tróficas e, como tal, representa uma ameaça para a biodiversidade local e global. Foi importada e está já bem presente em Portugal continental.

Cria Pútrida Americana (CPA, Histolysis infectiosa perniciosa larvae apium, Pestis americana larvae apium), também conhecida como Loque Americana, é uma doença das abelhas causada pela bactéria formadora de esporos Paenibacillus larvae (White, 1906) (anteriormente classificada como Bacillus larvae), é a mais difundida e destrutiva doenças da abelha melíferas (Apis).

Apesar de ser inócua para a saúde pública, é uma das doenças mais devastadora das colónias de Abelhas. Sendo bastante resistente, a bactéria pode sobreviver 30 minutos a 100ºC ou 15 minutos a 120ºC, desinfetantes químicos, cloro, radiação UV (20 min) e desinfetantes iodados. As larvas de abelha até 3 dias de idade são infectadas pela ingestão de esporos que estão presentes na sua alimentação, sendo as com menos de 24 horas de vida as mais susceptíveis. Os esporos germinam no intestino das larvas e a forma vegetativa das bactérias começa a desenvolver-se. As larvas infectadas normalmente morrem após o seu alvéolo ser operculado. Os esporos não germinam em larvas com mais de 3 dias de idade. Antes de morrer, a bactéria produz muitos milhões de esporos (até 100 milhões). Esta doença afecta apenas a abelha em fase larvar, mas é altamente infecciosa e mortal para as futuras gerações. As larvas infectadas escurecem e morrem.

Apesar de só afectar as larvas com até 3 dias de vida, os seus esporos são transportados pelas abelhas adultas infectando outras colónias. A doença é, portanto, extremamente contagiosa e os seus esporos podem contaminar os equipamentos por 40-60 anos.

Está presente novamente nos Açores, na ilha do Pico, pois já tinha sido diagnosticada em 2017.

Não obstante o isolamento insular, a introdução tem, SEMPRE, causa humana.

O propósito da colmeia não é produzir mel.

O mel é apenas um dos produtos (o menos valioso) consequente da exploração de uma colónia saudável.

Espécies introduzidas e biodiversidade (vídeo) | Khan Academy

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